A infância é uma fase bastante delicada. Isso porque ela representa uma etapa da vida em que valores sociais são moldados a partir da educação, dentro da escola e, sobretudo, no âmbito familiar. É nesta etapa que iremos plantar a sementinha do futuro. É ela que vai determinar o adulto ético e honesto que a criança se tornará.
Por isso, é comum não sabermos lidar com algumas fases pelas quais as crianças passam, como a fase na qual elas começam a mentir.
Definitivamente, a criança não mente porque é malvada ou porque se tornará um adulto mentiroso. Pelo contrário. Muitas crianças passam por essa etapa da infância. E, geralmente, o principal motivo que justifica a mentira é a vontade de não chatear ou magoar alguém que ela ama.
Segundo a psicóloga escolar Maísa Pannuti, existem quatro motivos principais para que a criança minta. São eles:
A criança sabe que irá levar bronca por alguma ação e não avalia que mentir, às vezes, é mais grave do que o que ela fez propriamente.
Às vezes, a criança mente dizendo que fez algo que ela sabe que irá satisfazer seus pais.
Em alguns casos, a criança mente simplesmente porque não sabe lidar com determinada responsabilidade que lhe é atribuída. Ou seja, ela ainda não dá conta daquela situação.
A criança mente, muitas vezes, porque replica um comportamento adulto, o qual vivenciou em algum momento de seu dia a dia.
“Manter um canal de comunicação sempre aberto com os filhos, de modo a garantir que eles saibam que seus pais sempre os ouvirão, é essencial”, diz a psicóloga Maísa Pannuti.
A criança ainda não sabe muito bem como expressar seus sentimentos e, por isso, acaba tendo ações questionáveis aos olhos dos adultos, como agitação, irritação e também o hábito de mentir.
É importante lembrar que a criança está em fase de desenvolvimento e o ato de mentir faz parte desse processo. O estabelecimento de uma relação de confiança – na qual a punição severa não tem lugar – fará com que ela avalie suas ações e suas consequências, as quais devem ser postas de forma clara pelos pais, e pense várias vezes antes de mentir, além de ajudá-la a expressar seus sentimentos.
Além do mais, a psicóloga orienta que é preciso tomar cuidado com os interrogatórios, pois a criança pode se sentir pressionada e, consequentemente, não irá se abrir para uma conversa saudável.
A fantasia e a imaginação, muitas vezes, tem o poder de fazer com que a criança reflita sobre valores e comportamentos. Com esse recurso, você não precisará utilizar exemplos reais que, muitas vezes, são entediantes para a criança, mas sim poderá promover um aprendizado divertido.
Portanto, presenciar o filho mentindo não é motivo de desespero! Aproveite esse momento para construir um ambiente de escuta e acolhimento, incentivando o diálogo dentro de casa. Essa é a forma mais efetiva e humana de contribuir para que seu filho seja um adulto com valores especiais e tenha um futuro positivo.