Criada com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância da preservação do meio ambiente, a campanha Junho Verde, foi instituída pela Lei nº 14.393, no ano de 2022, e se soma à celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, criado pela ONU há mais de 50 anos. Em tempos de urgência ecológica e crises climáticas, o tema tem sido cada vez mais recorrente em propostas de redações de vestibulares e do Enem.
A literatura possui um papel importante ao despertar a reflexão sobre o assunto, além de servir como um ponto de apoio para argumentação e demonstrar repertório sociocultural. Pensando nisso, a assessora pedagógica e professora do Ensino Bilíngue dos colégios da Rede Positivo, Marcela Brock Ribeiro, separou 4 livros que podem ajudar a criar reflexões críticas sobre sustentabilidade, justiça ambiental e responsabilidade coletiva.
O líder indígena, ambientalista e escritor Ailton Krenak propõe uma crítica profunda ao modo de vida contemporâneo. Com uma linguagem acessível, mas profundamente filosófica, o autor convida o leitor a repensar o conceito de humanidade, resgatando saberes ancestrais indígenas que valorizam a coletividade, o tempo cíclico e a conexão com o planeta. O livro oferece um repertório potente sobre colonialismo, crise ambiental, e alternativas sustentáveis ao modelo atual de desenvolvimento. É uma excelente base para argumentar sobre diversidade cultural e novas perspectivas para a crise ambiental.
Baseado em uma história real, o livro narra a trajetória de William Kamkwamba, um jovem do Malawi que, mesmo diante da pobreza e da fome, usou seus conhecimentos em ciência para construir uma turbina eólica com sucata. A obra destaca temas como resiliência, educação, tecnologia sustentável e o protagonismo juvenil na busca por soluções ambientais. É ideal para redações que abordem o viés da inovação, desigualdade social e o impacto transformador do conhecimento.
Considerada um marco da literatura ambiental, a obra da bióloga marinha Rachel Carson revelou ao mundo os efeitos devastadores do uso indiscriminado de pesticidas nos Estados Unidos. O livro é um convite à ação crítica e consciente, sendo ideal para discutir o papel da ciência na denúncia de práticas nocivas, responsabilidade ambiental corporativa e ativismo climático, sendo uma fonte rica para análises interdisciplinares em redações.
Apesar de ser uma fábula infantil, The Giving Tree traz reflexões profundas sobre a relação entre o ser humano e a natureza. A árvore, que doa tudo ao menino até restar apenas um toco, simboliza o esgotamento dos recursos naturais e o desequilíbrio da generosidade unilateral. Essa leitura pode fundamentar argumentos sobre consumismo, esgotamento ambiental e ética nas relações com o planeta, funcionando como metáfora crítica para redigir textos sobre sustentabilidade e limites do desenvolvimento.
