Notícias

Compartilhar

Alfabetização emocional: o beabá das emoções

A alfabetização emocional é um processo essencial de autoconhecimento das próprias emoções e tem como objetivo desenvolver a capacidade de reconhecer e gerenciar as emoções e sentimentos. Saber controlar as emoções produz impactos positivos não somente no aprendizado das crianças, mas em toda a sua saúde e em suas relações, englobando todos os aspectos humanos de uma maneira integrada.

Considerando que a escola é a segunda instituição mais importante para o desenvolvimento das crianças, é papel dela contribuir para a alfabetização emocional dos alunos. Segundo a professora Elisângela Schulz, Coordenadora da Educação Infantil e Anos Iniciais do Colégio Semeador, “é importante entender que a alfabetização emocional não deve ser apenas um tema a ser trabalhado em uma disciplina específica, mas, sim, em toda a proposta educativa, multidisciplinarmente”.
Quando esse tipo de aprendizagem acontece de forma natural e respeitosa, ouvindo as emoções e sentimentos das crianças, elas passam a enxergar a escola como um local seguro e no qual podem confiar. 

Os colégios do Grupo Positivo trabalham a alfabetização emocional no dia a dia, por meio de intenções pedagógicas, como na contação de histórias, rodas de conversas, jogos, atividades de reflexão, conduzidas sempre por um professor, assim como em projetos com temas relacionados ao bullying durante o ano. 

Alfabetizar as crianças em relação às suas emoções faz parte de uma educação integral, que promove aprendizados para o mundo”, diz a professora.

Confira o artigo abaixo

Frente a tantos desafios da educação de nossas crianças, talvez o mais necessário na atualidade seja a alfabetização emocional. Ao longo do tempo, estudiosos foram demonstrando que assim como a aprendizagem em outras áreas, as emoções também precisam ser ensinadas, pois não se nasce sabendo lidar com os sentimentos. Nossas habilidades socioemocionais impactam diretamente na maneira como interagimos uns com os outros e conosco mesmos.

Sem o desenvolvimento da inteligência emocional, muitas vezes comprometemos outras habilidades, pois os benefícios atingem a ordem cognitiva, desenvolvendo no indivíduo o perfil para perseverar, construir e reelaborar o conhecimento, e gerenciar as situações cotidianas. Quantos casos de pessoas que sabem resolver uma prova, mas na hora “dá um branco”, ou após uma discussão diz “desculpe, não acredito que falei isso”, ou, ainda, brigas no trânsito iniciadas por situações simples? Esses são exemplos de atitudes do cotidiano nas quais as pessoas precisam desenvolver sua inteligência emocional para lidar com a situação.

Com o cenário de pandemia, no qual tivemos a privação de contato social, entre outros desafios, a escola desempenha, nesse momento de pós-pandemia, um papel extremamente importante para as crianças ao oportunizar espaço para a coletividade, o partilhar, o conflito, a negociação, a criação e, por vezes, a frustração.

A importância de desenvolver a inteligência emocional desde cedo foi entendida pelo casal Harry e Meghan Markle. Ao escolher a primeira escola para o pequeno Archie, de 3 anos, os pais priorizaram uma que ensina alfabetização emocional e gentileza, no Canadá. E para ampliar as possibilidades desse desenvolvimento, é importante o envolvimento das famílias. Mas, como ensinar isso?

Primeiro, precisamos ensinar nossas crianças a expressarem as emoções – e isso se inicia na identificação do que ela está sentindo. Em um primeiro momento, é o adulto quem ajuda a identificar e nomear essas emoções, isto é, se está triste, com medo, com raiva. Isso permite que a criança crie uma autoconsciência. Porém, não adianta apenas identificar. Deve ser permitido à criança expressar sua emoção, seja verbalizando, dramatizando ou desenhando. No entanto, é preciso ficar atento para que essa expressão não resulte no uso da força física contra outras pessoas ou palavras ofensivas.

E, por fim, é necessário que ela aprenda a controlar tudo isso. Sem o controle das emoções, temos um mundo violento, egoísta e destrutivo. Saber controlar o que sentimos nos possibilita desfrutarmos de maneira racional das nossas tomadas de decisões, e, aliadas à empatia, teremos mais respeito nas relações.

*Hannyni Mesquita, pedagoga, especialista em gestão das organizações educacionais e educação bilíngue, coordenadora da Educação Infantil do Centro de Inovação Pedagógica (CIPP) dos colégios do Grupo Positivo.

Relevantes

Artigos mais lidos