Uma sala de aula reflete a diversidade que existe no mundo. Além das diferenças físicas e étnicas, as turmas de qualquer escola são formadas por indivíduos com as mais variadas personalidades, qualidades e habilidades. Professores e gestores que percebem essa riqueza de manifestações incluem em seus planos pedagógicos projetos que coloquem os alunos em contato entre si.
Os trabalhos em grupo são um dos principais métodos que podem – e devem – ser explorados para esse fim. Quando os alunos se reúnem para discutir um tema, eles aprimoram as aptidões sociais e desenvolvem a habilidade de enxergar os fenômenos a partir de outros ângulos. Surgem, portanto, novas ideias, que são investigadas em conjunto.
Aprender a observar e respeitar diferentes opiniões e comportamentos é essencial para o convívio em grupo. A vida humana floresce a partir de interações e diálogos com o outro: familiares, amigos, pessoas não tão próximas e até desconhecidos. As relações determinam a dinâmica social, e a facilidade em dialogar, ceder, ouvir, partilhar e construir se revela no bem-estar individual e coletivo.
“As atividades em equipe são necessárias porque elas desempenham um papel significativo no preparo para o exercício da cidadania. Entender o valor da democracia e ter confiança para participar de projetos maiores são fatores importantes para o futuro das crianças e dos jovens”, afirma o professor Carlos Roberto Merlin Junior, gestor da 1ª série do Ensino Médio do Colégio Positivo – Ângelo Sampaio.
Além disso, segundo o professor, essa abordagem metodológica ajuda a preparar os estudantes para o mundo profissional. Saber dividir tarefas e resolver conflitos, ter confiança no outro e ser responsável com os compromissos são qualidades valorizadas nesse ambiente – e que podem ser trabalhadas desde muito cedo.
As escolas que ensinam a criança e o jovem a trabalhar em grupo estão cumprindo a missão de formar cidadãos preocupados com o bem coletivo, e não apenas com as vitórias pessoais. “A habilidade em contribuir e permitir contribuições em algum projeto é um sinal de superação do egocentrismo”, aponta Merlin.
Portanto, nos trabalhos escolares – e futuramente na sociedade –, o papel do estudante é apreciar a abundância de conhecimentos que surge justo da diversidade de pontos de vista. Apresentar uma ideia, ouvir as críticas e retornar à ideia original, aprimorando-a com base nas contribuições dos colegas, significa desenvolver o senso dialético e respeitar o processo de aprendizagem.
Todos os temas educacionais podem ser trabalhados a partir de diversas abordagens metodológicas. Ou seja, não existe um tipo específico de atividade que deve ser realizada em grupo ou individualmente. O importante é adotar aquilo que o professor Merlin chama de variação metodológico-didática, que nada mais é do que diversificar as aulas com trabalhos que atendam à multiplicidade de assuntos e de jeitos de aprender.
“Cada aluno aprende de um modo. Alguns são mais auditivos (aprendem melhor ouvindo o professor), alguns são mais visuais (preferem ver um esquema montado, um vídeo, um gráfico etc.) e outros são mais cinestésicos (precisam, por exemplo, praticar, desenvolver projetos e ensinar aos demais o que aprenderam)”.
No caso dos trabalhos em grupo, o método mais assertivo é o desenvolvimento de projetos – com começo, meio e fim. É importante que exista um objetivo, na forma de produto final, que o estudante possa visualizar e, a partir daí, iniciar a elaboração com os colegas. “Pode ser uma maquete, um poema, um mural, um jornal, uma música, uma peça teatral…”, exemplifica o professor.
No empenho comum de encontrar soluções para o problema, os alunos acabam descobrindo talentos individuais. Ao imaginar o produto final, com o apoio do professor, eles exploram esses potenciais e articulam as etapas do projeto: cada um recebe responsabilidades. “Trabalhar em forma de projeto é muito produtivo, e a ideia de um produto final é o elemento motivador”.
Trabalhar em equipe é interessante e traz excelentes resultados. Os alunos aprendem muito, fazem novos amigos e geralmente ficam satisfeitos com a própria capacidade de socializar. Mas, segundo o professor Merlin, é importante que, na hora de preparar alguma atividade em grupo, os professores ajam cuidadosamente em pelo menos cinco aspectos:
1) Escolher um tema favorável ao trabalho em conjunto
2) Apoiar os estudantes na divisão de tarefas
3) Monitorar os alunos durante as etapas de execução
4) Agir como facilitador das atribuições de cada integrante da equipe
5) Avaliar cuidadosamente a participação efetiva de cada um
A cidadania faz parte do DNA do Colégio Positivo, saiba mais sobre nossa metodologia.
